O Mercado Aceita Seu Preço? Descubra Como Ajustar e Lucrar Mais!

Adote uma Mentalidade Empresarial

Para alcançar o sucesso, é fundamental que prestadores de serviços e empresários adotem uma verdadeira mentalidade empresarial.

Isso significa encarar cada decisão como um gestor focado na sustentabilidade e no crescimento do negócio.

Decisões estratégicas devem ser baseadas em dados, análises financeiras e uma visão clara dos objetivos de longo prazo. Pensar como empresário implica avaliar todos os custos envolvidos, desde materiais e equipamentos até despesas fixas e variáveis.

Também é essencial definir preços que sejam competitivos no mercado, mas que ao mesmo tempo garantam uma margem de lucro saudável. Lembre-se: preços muito baixos podem atrair clientes, mas comprometer a viabilidade do negócio; enquanto preços bem ajustados refletem o valor do seu trabalho.

Mesmo que você trabalhe sozinho, é importante enxergar-se como uma empresa de uma pessoa só. Sua empresa precisa gerar lucro suficiente não apenas para cobrir custos, mas também para te pagar de forma justa. Afinal, você é tanto o responsável pela operação quanto o principal recurso do seu negócio.

Pense nisso: adotar essa mentalidade não é apenas uma questão financeira, mas uma forma de profissionalizar suas atividades, crescer no mercado e garantir sua sustentabilidade a longo prazo.

Como Cobrar?

Mesmo que você seja uma empresa de uma pessoa só, é essencial entender como calcular seus custos e definir preços adequados. Pense em você como um funcionário da sua própria empresa, mas leve em conta todos os custos associados ao trabalho que você realiza. Assim, será possível garantir que sua empresa seja sustentável, gere lucro e permita que você seja adequadamente remunerado.

Passo 1: Identificar todos os custos

Antes de definir o valor do seu serviço, liste todos os custos diretos e indiretos relacionados à sua atividade. Aqui estão alguns exemplos:

• Custos com benefícios trabalhistas e legais (caso aplicável):
  • FGTS (8% do salário bruto)
  • INSS (20% como pessoa jurídica ou percentual para MEI/Simples Nacional)
  • Seguro de saúde ou convênio médico
  • Contribuições sindicais, se houver.
• Custos operacionais:
  • Materiais e equipamentos necessários para realizar o trabalho.
  • Gastos com transporte, seja público ou veículo próprio (combustível, manutenção, etc.).
  • Alimentação durante o expediente.
• Custos fixos da empresa:
  • Aluguel ou manutenção do local de trabalho (caso não trabalhe em home office).
  • Contas de energia, internet e telefone.
  • Software ou assinaturas para ferramentas de trabalho.
• Reserva para imprevistos e investimentos:
  • Manutenção de equipamentos.
  • Cursos e capacitação profissional.
  • Fundo de reserva para períodos de baixa demanda.

Passo 2: Calculo da mão de obra

Para determinar o preço da mão de obra a ser cobrado, é necessário considerar diversos fatores que garantem que o valor final seja justo e cubra todas as despesas relacionadas ao trabalho. Exemplo:

1. Salário Base: Defina o valor do salário bruto mensal do profissional. No exemplo, o salário base é de R$ 6.000,00.

1/12 do 13º salário: O equivalente a um mês adicional de salário dividido por 12, no caso R$ 500,00.

INSS (20%): Contribuição patronal obrigatória para a Previdência Social, calculada sobre o salário bruto (R$ 1.200,00).(percentual do INSS pode variar a depender do salário )

FGTS (8%): Depósito mensal obrigatório no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (R$ 480,00).

SAT (1%): Seguro contra Acidentes de Trabalho (R$ 60,00).

IRRF (7,5%): Imposto de Renda Retido na Fonte (R$ 450,00, valor estimado).

Vale Transporte e Vale Alimentação: Benefícios obrigatórios ou opcionais oferecidos ao trabalhador (R$ 440,00 e R$ 660,00, respectivamente).

Convênio: Custos com planos de saúde ou outros convênios (R$ 450,00).

Esses itens somados resultam em um subtotal de R$ 10.240,00.

Carga Horária Mensal:

Calcule o total de horas trabalhadas por mês. O padrão é de 160 horas mensais, considerando uma jornada de 8 horas por dia e 20 dias úteis no mês.

Acrescente lucro a sua hora de trabalho

Calcule o imposto da forma correta

Por que não é só multiplicar?

Se você apenas multiplicar o subtotal por 1,1633 (ou seja, adicionar 16,33% diretamente), o valor final não será correto porque o imposto seria calculado como uma adição externa, e não embutido no preço total.

Por exemplo:

99,84 × 1,1633 = 116,18

Esse valor considera o imposto fora do preço total, o que não reflete a realidade de um cálculo por dentro. Para impostos "por dentro", o imposto é parte do valor total, exigindo a fórmula ajustada.

Ao final teremos uma indicação de planilha que simplificara os calculos para você

Passo 2.1: Calcular o custo total

Some todos os custos mensais e divida pelo número de dias úteis no mês. Isso permitirá saber o custo diário para manter a sua operação.

Por exemplo:

Custos mensais (benefícios, salario, encargos, transporte, alimentação, etc.): R$ 16.240,00

Dias úteis no mês: 22

Custo diário: Custo diário = ^16.240⁄₂₂ ≈ R$ 738,18 por dia

Se desejar calcular o custo por hora, considere a jornada de trabalho diária (exemplo: 8 horas por dia). O cálculo seria:

Jornada diária: 8 horas

Custo por hora: Custo por hora = ^738,18⁄₈ ≈ R$ 92,28 por hora

Com esse cálculo, você obtém o custo diário e por hora necessário para cobrir todas as despesas operacionais da sua operação. Esses valores podem servir como base para precificação, considerando a inclusão de lucro e impostos conforme o seu modelo de negócio.

Passo 3: Definir o valor da sua hora de trabalho

Para calcular o valor final por hora, inclua a margem de contribuição desejada e considere o imposto por dentro. Veja o exemplo:

Custo por hora:

O custo inicial por hora é R$ 92,28.

Margem de contribuição (35%):

Para adicionar a margem de lucro:

Preço com margem = 92,28 × (1 + 0,35) ≈ R$ 124,58

Imposto por dentro (16,33%):

Inclua o imposto sobre o preço com margem de forma embutida:

Preço final = ^124,58⁄_{(1 - 0,1633)} ≈ R$ 148,88

Exemplo final:

Com base nesses cálculos, o valor final por hora será de aproximadamente R$ 148,88, considerando um custo inicial de R$ 92,28, uma margem de contribuição de 35% e um imposto de 16,33% embutido no preço.

Passo 4: Ajustar para o mercado

Pesquise o mercado e veja os preços cobrados por outros profissionais na mesma área. Isso ajudará a alinhar seu valor com o que é praticado, sem comprometer a viabilidade do negócio.

Caso o mercado permita que você cobre mais, aproveite essa oportunidade! Ajustar o valor hora para cima pode representar um diferencial competitivo, valorizando seu trabalho e aumentando sua lucratividade. Não tenha receio de precificar seus serviços de forma justa, desde que isso esteja em linha com o que o cliente está disposto a pagar.

Por outro lado, se o valor encontrado no mercado estiver abaixo do que você planejou, é o momento de revisitar suas despesas. Analise detalhadamente seus custos e identifique áreas onde é possível reduzir gastos sem comprometer a qualidade do serviço. Ao otimizar seus custos, você poderá ajustar o valor hora, tornando-o mais competitivo e alinhado à realidade do mercado.

Lembre-se: o equilíbrio entre preço competitivo, custo eficiente e margem de lucro saudável é essencial para a sustentabilidade do seu negócio. Monitore constantemente o mercado e revise seus preços sempre que necessário para se manter relevante e financeiramente estável.

Passo 5: Valorizar seu serviço

Não esqueça que o preço reflete também a qualidade e o valor do serviço prestado. Explique aos seus clientes o que está incluído no valor que você cobra (como qualidade, atendimento personalizado, etc.). Isso ajuda a justificar o preço e fidelizar sua clientela.

Concluindo

Pesquisar e testar o mercado é um processo contínuo. À medida que você coleta mais informações sobre seus clientes e concorrentes, ajuste seu preço de forma estratégica.

O mais importante é garantir que o valor cobre seus custos, tenha lucro e seja competitivo.